Eu sempre gostei de cinema. Mesmo não tendo intimidade com o Cacá, eu o conhecia de nome e sabia da sua importância como cineasta. A minha primeira relação com ele foi aquela patrão-empregado. Por quê? O nosso conhecimento foi através da sua esposa Renata, que faz parte da tradicional família paranaense Munhões da Rocha, para quem eu trabalhei durante muitos anos. Grandes clientes! Quando conheceu o Cacá me chamou para pintar o apartamento onde eles moram até hoje. Como a reforma foi grande, demorou um pouco, pois de vez em quando eu parava de pintar para a gente conversar sobre futebol, samba, cinema. Afinal a pintura terminou e ficamos amigos.
Ele deu um depoimento a meu respeito no curta metragem do Estevão Ciavatta, com palavras do mais alto teor e grandes elogios: fiquei feliz. Ele é parceiro do Cartola, mas eu não sabia; um dia descobri a música, é uma valsa, o Cacá fez a letra e o Cartola fez a música, ou melhor, um trecho da música: “Tudo de alegria e tristeza eu conheci / Coisas do amor e do sofrer eu já senti / Nada me transforma a alegria de viver”, e o cantor Luiz Cláudio gravou. Coloquei a música em uma fita cassete e dei a ele de presente. Ter o Cacá como amigo é realmente uma dádiva do céu.
Nelson Sargento